sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Estrela da meia noite

Meus encontros com a madrugada eram sempre assim. Ela chegava de fininho, sem avisar que vinha. Mas chegava em boa hora, sentindo que precisava. Precisava dela como preciso de mim, necessidade. Escape, fuga, alívio. Eu tinha um lápis, um papel em branco, poesia e um maço cheio de cigarros frescos. Além disso, e de mim - claro - eu não precisava de mais nada.
Mentira.
Eu precisava de você. Precisava fazer parar essa dor - vai parecer estranho, mas que dor boa! - que você me trazia.
Assim como a madrugada, você chegou sem avisar. Te recebi, perplexa. Completamente desamparada e com um maço cheio, também.
Djavan canta aqui, pedindo uma resposta, pedindo um dragão. Sou o próprio. Seu.
E você é aquele amor, que você trouxe pra mim.