sábado, 26 de dezembro de 2009

Desabafo

Por lá era tudo mais calmo. Do outro lado. Quando se ultrapassava as fronteiras, não se ouvia mais nenhum ruído. Era uma surdez agradável, que cuidava de afastar toda a turbulência das palavras e dos pensamentos. Fazia frio, e a pele sensível tinha os pelos eriçados para proteção do corpo. Mas a temperatura interna era maior do que a do dia mais quente do verão. Ela andava incandescente, com o fogo consumindo tudo que tentava se manter erguido, inclusive as promessas. Era uma completa devastação. A contagem regressiva que insistia em lembrá-la da hora, não deixava que se entregasse por completa. As suposições eram controladoras, e ela se entregava contra sua vontade, que era de se libertar. Deixa ser. Como vier. Como for. Um dia vai acontecer. Eu vou lembrar de você. Mas, só posso lembrar se um dia eu esquecer. As conectividades do mundo são tantas, que a memória é esquecida dentro da correnteza de acontecimentos que ficaram para trás. A partir daí, é preciso coragem pra concretizar as vontades. O tempo traz isso. O tempo traz o que é preciso para sobreviver. O tempo me traz você?

domingo, 20 de dezembro de 2009

Tá Bom

Tenho uma nova identidade. É, mudei de personagem. Aquela ficou pra trás. Ela me cansou com suas paranóias, seus exageros e sua boa vontade. Ela era reinventada enquanto mudava a cor do seu cabelo. Eu que via nela o meu "eu" mudei o que estava fora pra entender a bagunça infernal que já não mais cabia no vácuo do peito. Essa insatisfação estava pela hora da morte. A impaciencia, a irritação, a preocupação, tudo isso havia consumido a menina antes mesmo que se notasse sem um pedaço. E o que faltava era a novidade. A rotina tinha devorado sua luz, e a normalidade mudado de rumo. Abre a porta. Atrás dela você vai me ver, fora do castelo que eu mesma construí. Diz, o que foi? Eu cerquei tudo ao redor, e me esqueci. Esqueci de você. O passado era ignorado, mas a culpa que era do tempo, ainda persistia em aparecer. Hoje, o universo se expande, e aqui de dentro a porta se abre. A beleza e a catástrofe da nova liberdade. Adeus você. Eu hoje to do outro lado. Não deixo nem um pedaço. Não deixo, pra não causar lágrimas. Talvez a dúvida da existência se torne na imaginação de um sonho bom, e o sofrimento seja esquecido e substituído. Cuida de você, mantenha-se em paz. O tempo provou o contrário do que a gente esperava. Mas agora devemos seguir adiante. Seu choro não me faz desistir, e seu riso não me traz de volta. Antes não era assim. Não tem mistério, é só seu coração. O sentimento passa algum dia. Ele te abandona como eu to fazendo agora. Quem sabe eu não levo ele comigo? É. Levo e escondo. Porque depois dessa, e das outras, não dá mais não. A partir de então, serão só coisas casuais. Se sofrer não é amar demais, eu não sofro. Amo. Mas amo de uma forma nova. Amo da forma livre, deixo assim. Livre, sustentado pelo desapego. Mas é amor, ora. Com todo cuidado eu me guio por aí, perdida. O agora, já é o amanhã. Tanto faz. O que já foi, não é. Eu sei que não vou voltar, mas eu, quem será?

sábado, 12 de dezembro de 2009

Ordinário

Enfim, de volta. Demorei tanto pra aparecer aqui e derramar algumas palavras que nem sei como começar. Hoje não vou quebrar a cabeça para a filosofia nem para complexidade. Hoje, é dia do comum, do simples. O que ficar aqui, é o que é. O que vai ser. Assim mesmo. De tal forma que poderia falar de inúmeros assuntos, mas acho que no final das contas, vai ficar o escrito pelo desentendido. Ontem vi um filme, "Purple Violets", que em português foi bizarramente traduzido para "Segunda Chance para o Amor". E confesso, ele me fez pensar. (como se os outros não fizessem..) É um filme básico, sobre o reencontro do primeiro amor, das mudanças, do tempo que precisamos pra nós, pra cuidarmos de si, e depois escolher o que será com os outros. Me fez pensar nessa segunda chance, se é que ela existe. Mas ficava tão nítido que o amor não tinha acabado. Houve separação, sofrimento, mágoas. Mas o amor, ele não foi embora por nem um segundo. Depois, veio o casamento com outro homem. É, tinha paixão. E nos 7 anos seguintes, a paixão cedeu, sumiu, e os dois se perderam em traições, pessoas, trabalho, monotonia e masturbações. Que ironia.. se começa um contrato social jurando a eterna felicidade e o companheirismo. Na alegria e na tristeza. Como? Eu entendo, você acredita. Eu acredito, seria bem hipócrita inclusive se negasse. Mas, o que eu não consigo negar é a lógica do raciocínio. Um ciclo vicioso, de paixão, tesão, carinho, alegria mútua, amor, reciprocidade. E depois? Uma eternidade desses complementos é a exceção da regra, e todos sabemos disso. Além disso, o mais bonito, interessante, ou burro, é que todos acreditam que aquele, é o momento do pra sempre. Que o eterno dele, vai dar certo. Quando hoje em dia, não se engana nem os instintos. É natural. É carnal. É irracional. Vai além do entendimento. E o amor? Ah, se alguém um dia entender, escreve pra mim e explica. Porque com o pouco tempo de vida e de relacionamentos meus, eu ainda me fascino incrivelmente pelo paradoxo do sentimento e da obviedade do ciclo social vitalício, que não nos deixa na mão em dia nenhum.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

All that's known

All that's known in History, in Science. Overthrown at school, at home, by blind men. You doubt them and soon they bark and hound you. 'Till everything you say is just another bad about you, all they say is "Trust in What is Written". Wars are made and somehow that is wisdom, though is suspect. And money is their idol, and nothing is okay unless it's scripted in their Bible. But I know there's so much more to find. Just in looking through myself and not at them. Still, I know to trust my own true mind. And to say: there's a way through this. On I go. To wonder and to learning. Name the stars and know their dark returning. I'm calling to know the world's true yearning. The hunger that a child feels for everything they're shown. You watch me-Just watch me-I'm calling. And one day all will know. You watch me-Just watch me-I'm calling, I'm calling. And one day all will know.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

De Volta Pra Casa

O tempo limite tinha chegado ao final. Tudo aquilo que ficara preso por uma barreira invisível, hoje vinha à tona. A indignação era tamanha que não conseguia ficar calada. Qual era o sentido daquilo tudo sempre foi a questão indecifrada. Cada dia, cada hora, tudo ficava mais e mais embassado. A respiração se mantinha estável, e os batimentos também. Não havia nenhum sinal de distúrbios graves a não ser o de sentir. São tantas pessoas perdidas pelo mundo, uma só não era o suficiente para explicar toda a confusão. Talvez fosse possível chegar a algum ponto racional. Mas todos eles, e dessa vez sem exceção, só levaram a mais perguntas e mais dúvidas. Aceitar tudo, seria de uma passividade nata. Era tanta informação vista, recebida, entrgada. Tantas palavras em meio de um mundo repleto de acomodação, medo e covardia. Finalmente conseguia expressar alguma coisa concreta. Em parágrafos de confissões ficava explícito que quanto mais se queimava, mais estava perto do fim. Um fim inventado, que sempre acontece. O som da datilografia confortava uma coisa que não conseguia ser exposta de outra forma. Há tanto tempo é assim, da forma que as pessoas estão acostumadas. Tinha encontrado a exceção do que era entendido desde os primórdios, de início meio e fim. Hoje, o que não tinha mais fim em sua cabeça teria um epílogo complexo e uma loucura iria explodir. Era pra ser assim. Não era. Tudo acontecia independente de como tivesse que ser. O tempo não parava, o sol permanecia quente, as estrelas mortas e ainda assim conseguíamos enxergá-las. E era como queria, ser uma estrela. Mas estaria ela, também morta? Brilhando ainda, sendo vista, existindo em sua natureza, mas somente em sua natureza. O seu interior era um fundo profundo. Sem explicação ia de encontro ao nada, sempre na mesma direção. Buscando um sentido para tudo que era dito, feito, aprendido. A vida sim, tem um fim conhecido, apavorante para tantos, mas certo. A primavera termina porque o sol vai ficar mais perto e aí já é verão. O inverno é contraste de tristeza pela falta de cor, excesso de vento. Tudo estipulado, regrado. Um mundo feito com bases filosóficas mas que ninguém sabe o valor dos pensamentos. A imortalidade deveria ser concedida a seres que soubessem avaliar. As pessoas aceitam o amanhã com uma facilidade que me impressiona. As vezes invejo. Se não tivesse essa mente possuída, a essa hora da manhã eu provavelmente estaria sonhando com alguma coisa registrada no dia anterior, como mais da metade do globo está fazendo. Mas, tudo que consigo, é tentar de alguma forma me consolar, me encontrar em alguma coisa forte, que me mostre o caminho de volta. O caminho pra olhar e saber brilhar sendo quem sou, não precisando fingir-me mórbida e me usar de metáfora uma estrela que já não existe mais. Que o brilho volte, e o universo se exploda. Desejar algo tão trágico ou tão novo, não pode ser errado. Eu acredito que não é pecado.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

There she goes again

Era seu aniversário. A data onde era celebrada determinada idade de acordo com o número de dias, horas e minutos vividos. Tudo aquilo ficava para trás agora. Ela adorava inventar um novo começo. Seria uma desculpa para poder tentar coisas novas, se arriscar mais, aprender. Aquilo parecia bastante tentador. Era deprimente quando parava para pensar que completava duas décadas. Tanto já tinha sido alcançado, e ainda faltavam incontáveis lembranças. Hoje o que prevalecia não era mais o amanhã, mas sim os sentimentos e vontades espontaneamente derivados de uma cabeça que vinha cansada de muita descarga elétrica e precisava de um escape. A felicidade de saber que naquele dia ela podia se sentir especial, afinal, há determinados anos era o seu nascimento, e houve uma reunião familiar, flores, sorrisos, e as lágrimas eram só de alegria. As pessoas que um dia a seguraram no colo hoje não presenciavam seu dia. Isso fazia sua consciência pesar, a fim de que tudo era o fim, e que a cada aniversário comemorado era menos um a ser vivido. 'Comemoração tola', pensou. Mas se tinha uma data da qual não se culpava ou se deprimia, era seu nascimento. Aquilo era a celebração do milagre da ciência, da religião, das crenças. A máquina humana que funcionava por mais um ano sem nenhuma falha a vista, tirando as de sentir. Quando pensava no seu passado, por mais angustiantes e felizes os momentos que vinham a sua cabeça, tudo tinha sido perfeito. Todo o antes a fez chegar onde estava, e fazia tanto sentido quanto comemorar uma data criada pelo homem. Era assustador e ao mesmo tempo considerado uma aventura. Tudo que era contrário pra ela tinha razão, e a fazia acreditar que valia a pena. '..mais um ano. Que mal tem?'; tudo que era vivido tinha seu valor. A ansiedade de tudo que ainda ia acontecer cresceu, e ela torceu pra completar muitos outros anos, e que tivesse sempre a vontade que tinha agora, de continuar vivendo pra sempre, mesmo quando se imagina não ganhar um ano, mas sim perder.

domingo, 23 de agosto de 2009

..<3..

As palavras se misturavam na criação de promessas, e tudo aquilo um dia terminava. Trazia uma dor seca, que rachava os sentimentos e sarava com o tempo. Algumas pessoas não deixavam aquilo cicatrizar e pagavam dívidas com prazo de vencimento indeterminado pro resto da vida. Outras davam a volta por cima e sabiam começar do zero, não importando o tamanho da queda. O que me impressionava era que mesmo todas as pessoas cientes disso, de que toda promessa, pelo menos a amorosa, tende a algum dia se corromper, eram contratantes dela quase que instantaneamente. Era o medo de não possuir um amor, não ter alguém e ficar sozinho, encarando tudo que ainda estivesse por vir consigo mesmo. Era uma contradição sem tamanho, uma coisa que quando você para para analisar não tem sentido. É um ciclo inevitável, e que por mais que o amor seja jurado, selado, civilizado.. sempre tende ao fim. Por uma traição, pelo fim da paixão, pela morte. Uma interferência era fatal à queda do sentimento que todos diziam regular o mundo e ser seu fator principal. Não entendam errado, não quero que pensem que eu menosprezo o amor.. muito pelo contrário. O motivo forte de escrever sobre isso sou eu. A prova viva dos ciclos, dos medos, de irreversíveis fatos, e de nenhum arrependimento. Depois de tudo, só posso chegar a cocnlusão de que sou o paradoxo que a vida pode trazer.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Se for só isso, logo vai passar.

E então eu resolvi escrever. Tomei a coragem de tentar extravasar, mesmo que não fizesse sentido. Era uma necessidade quase física, porque a cabeça vinha doendo há uns dias e talvez ela houvesse descoberto o verdadeiro motivo. Era informação demais, em tão pouco tempo! Aquilo tudo se desenvolveu em questão de horas e se ela contasse seria transformado em má fama, a incompreensão, a mente fechada e a falta de experiência levariam tudo a total decadência. Como prever o que estava por vir, nessa aventura tão gostosa e maliciosa do destino.. Ela não sabia. E nada mais a incomodava mais do que isso. A falta do raciocínio, a busca pela lógica e pela razão. Era claro, juntava-se evidências, pensava na situação com a delicadeza de uma rosa e ao final teria sua equação montada, faltando só a solução e logo, o resultado. Mas estava tão acostumada a esses fatores que ao final quem estava dividida era ela. O resultado foi o cansaço, a fadiga da consciência. A importância só fazia chamar a atenção. Era uma coisa que tomava rumos incontroláveis, o tempo lhe ensinara isso. As previsões não podiam ser mais certas. Porém, dessa vez quem iria decidir não era ela, com cálculos, medos e desafios. Estava aquilo tudo entregue. A sua inspiração trazia algum aroma diferente que ela nunca tinha sentido antes, e isso era mesmo impressionante. Com tanto vivido nas décadas da vida, ela estava sem reação. Por culpa dela, claro. Disso nunca tentava se esconder. Toda sua energia parecia focada em só um ponto, distante, mas em uma ilusão de ótica ela enxergava aquilo ao seu alcance, podia tocá-la. E era tão vital, tão prazeroso, tão novo.. que se aquilo fosse um sonho, não tinha a intenção de acordar.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Visões do Paraíso

A parte inicial sempre fora da mais difícil desenvoltura. Quando os sentimentos se concretizam e aquele arrepio frio passa a ser uma dor esmagadora no peito. Quando a ausência de algo desconhecido passa a fazer a diferença nas horas contadas que parecem andar pra trás. A confusão é demasiada, e inclusive o que se vê ao certo vira dúvida. É uma coisa de tamanha complexidade, e extrema dificuldade de compreensão. Leitores virão a me achar louca, lunática. Em um mundo onde seus personagens escolhem por atuar em silêncio, na esquina do tempo, vendo tudo aquilo que não quer dizer nada acontecer, achando normal o que é certo, mas não o que tem razão.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Bad Dream

I wake up, it's a bad dream. No one on my side I was fighting But I just feel too tired To be fighting Guess I'm not the fighting kind Where will I meet my fate?
Baby I'm a man, I was born to hate
And when will I meet my end?
In a better time you could be my friend
I wake up, it's a bad dream. No one on my side I was fighting But I just feel too tired To be fighting Guess I'm not the fighting kind
Where do we go? I don't even know My strange old face And I'm thinking about those days And I'm thinking about those days..

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Ready for the fall

Esperava por um acontecimento repentino que trouxesse consigo um dano trágico para toda aquela inocência perdida.

sábado, 20 de junho de 2009

Fly Away

Catipillar in the tree
How you wonder, who you'll be
Can't go far
But you can always dream
Wish you may and wish you might
Don't you worry
Hold on tight
Promise you there will come a day
Butterfly fly away
Got you're wings
Now you can't stay
Take those dreams
And you can make them all come true
Butterfly fly away
You've been waiting for this day
All along you know just what to do
Butterfly, Butterfly, Butterfly

Butterfly fly away.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Rage More

Por mais que eu durma eu não descanso. Por mais que eu corra eu não te alcanço. Será pura poesia, esse amor que cresce em mim, em forma de teimosia? A transparência me tocava em momentos de raiva, e era quando eu ficava mais lúcida. Quando todo aquele charme e romatismo vão pro espaço, e você só pensa na palavra final. Mas não tem jeito, eu não sei como esperar. O esforço era inútil, para não dizer proposital. A intriga da oposição parecia sempre se fortalecer, quando o contra-ataque era feito dentro de nós mesmas. Se a razão me mantivesse calma, e a paciência fosse uma das minhas virtudes, nada seria problema. Ora, era só raciocinar, ligar os pontos. Mas no momento de estabilidade do meu pensamento de processo secundário, quem me controlava não era mais a razão nem a realidade. Era uma guerra com os minutos contados, que poderiam acabar quando eu quisesse, mas mesmo assim eu perdia o controle, e por consequência, a batalha. Love is a battlefield. E foi assim que nos juntamos, distraídos. Até os erros já parecem ter sentido. Não te pedi uma conduta exemplar, mas é que a sua ausência é o que me dói no calcanhar.

terça-feira, 9 de junho de 2009

'Tudo na vida clama que a felicidade terrena está destinada a ser malograda ou reconhecida como uma ilusão. Os dispositivos para isso encontram-se profundamente na essência das coisas. A vida se expõe como um engodo contínuo, tanto em coisas pequenas como grandes. Caso ela tenha prometido, não cumpre; caso cumpra, é pra mostrar quão pouco digno de desejo era o desejado: assim nos enganam ora a esperança ora o objeto da esperança. Forneceu-nos a vida algo, é para nos tirar. O encanto da distância nos mostra paraísos, os quais somem como ilusões de ótica quando nos permitimos ser por eles ludibriados. A felicidade, em consonância com tudo isso, reside sempre no futuro, ou também no passado, e o presente é comparável a uma pequena nuvem negra que o vento impele sobre a superfície do Sol: em frente e atrás tudo é brilhante, apenas ela mesma lança sempre uma sombra. O presente, por conseguinte, é a todo momento insuficiente; o futuro, entretanto, incerto; o passado, irrecuperável. A vida é um negócio que não cobre seus custos.'

Arthur Schopenhauer

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Fios de insônia

Mais uma madrugada começa. As palavras sempre onipresentes, me confundem com a força do pensamento. Fumaça, barulho, leitura. O sono que era minha fuga se perdeu nos delírios, e o que acontece é a reposição de atitudes e atos falhos. Talvez não fizesse mais sentido.
De um conto infernal, tirei a dúvida. Sempre nos perguntamos na nossa imaginação como seria o desconhecido. Se fosse este alcançado, mudanças iriam mesmo se concretizar ou ficaríamos estagnados naquilo com as mesmas questões?
O diferente sempre chama a atenção. O impossível ou proibido cobiçado até nunca mais.
São fases, tudo isso um dia some e vai embora.
Quero chegar no dia.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Informações Aleatórias

Mais uma semana. Era o início da sequência de sete dias, se repetindo novamente. Era estranho pensar que mesmo o calendário sendo mera utopia, uma coisa inventada, a segunda-feira se destacava de forma peculiar. Você não pode ficar dormindo como faz no final de semana, e tem que reativar os pensamentos às coisas úteis e de severa responsabilidade. Ás vezes sua cabeça ainda não está pronta, e em uma manhã iluminada, o sol prematuro anuncia o renascer. Você está preso em uma rotina desintegrada, frequência de atos esquecidos e situações desfavoráveis. Aquelas velhas metáforas já estão gastas. Nada mais é suficiente na descrição da overdose de complexidade. Os sonhos sustentaram por um tempo. São ainda existentes, mas já sem cores são apenas coadjuvantes. Parece tudo muito distante e improvável. O que antes era velocidade acelerada caiu na inércia, e a adrenalina terminou. Nada de errado com tanto pra ser consertado. Não sei mais que significado buscar no ocorrido. Tanto faz, tanto fez.

sábado, 25 de abril de 2009

Deixo assim. Nada fora do lugar. Tudo acontece em uma sequência razoável. Conseguia farejar o medo. A falta de coragem. Faltava enxergar o que precisava ser feito. O estrago vinha de dentro. Talvez, por saber a sua origem fosse mais fácil de organizar. Não sei. De onde vem a calma? Essa estabilidade. Um fio constante que parecia interminável, uma mistura de fuga com ansiedade. Aquelas ligações que deixam a raiva. As brigas levam embora a paz. E ela, me transformou em alguém que eu não conheço. O tanto de felicidade e amor comparado às dores e às incertezas não resultavam em nada transparente. Era uma névoa que não queria ir embora, e a única saída era rastejar no chão em busca de alguma solução. Como era difícil. O que foi dito, prometido, de repente ia terminar? Pensar no geral facilitava. Afinal era um mundo moderno onde havia bilhões de pessoas vivas, mas o que eu temia eram as que sobreviviam. A minh'alma sempre teve pré requisitos comigo. Um deles, era que eu nunca a deixasse livre demais, pois ela podia se perder nas confusões da vida e não me encontrar novamente. A outra, era que eu nunca me abandonasse. Mas não sei se foi meu signo ou meu ascendente que influenciou nisso, e trouxe mais um paradoxo pra mim. Pois é. Essa mania trouxa de ceder, de agradar. Esse fogo de ser sempre a número um, inesquecível, a preferida. Com isso a minha auto estima nunca concordou, e nunca precisou. Ela nunca foi pequena, mas aparentemente nunca forte o suficiente também para me impedir de fazer o que não aprovava. Que coisa, esse interior composto por personalidade e sentimentos era um caos. Ah, mas eu gosto do estrago. A vida sem sofrimento nunca teria sentido. Apesar de tudo depressivo que contei acima, sempre fui manipuladora. De mim mesma, quero dizer. Não gosto de me preocupar com os outros nesse ponto. Querem ou não concordar comigo, ótimo. Mas comigo, é outra estória. O coração fala nos mais altos decibéis que me deixa surda. Mas eu sei silenciar como ninguém. E aparentemente, de tudo isso eu terei que tirar o som, e obrigar a acontecer mais uma vez, o silêncio.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Youth and Childhood

O dia começou fugindo da rotina provisória da semana seguida de feriados, uns do calendário e outros inventados. Apesar da noite de insônia o sono sumiu antes mesmo do relógio reclamar. Me levantei e segui pelo automático. Banho, café da manhã.. Quando andava surda pelos fones de ouvido pela rua, o sorriso de uma criança me chamou a atenção. As crianças tem uma magia que desperta em mim os melhores sentimentos e os mais coloridos pensamentos. Ela era pequena, cabelos cacheados e loura. Era cedo, e o rosto dela ainda tava amassado do lençol. Por essas coisas que vale a pena viver, não? As coisas menores, não percebidas. Que as vezes devido a sua frequência, ou falta dela, não são devidamente valorizadas. Me fez lembrar um trecho que li de Schopenhauer, que fala sobre as crianças e no que elas se tornam.
"Poderíamos prever que, ás vezes, as crianças parecem inocentes prisioneiros, condenadas não à morte, mas à vida, sem ter consciência ainda do que significa essa sentença. Mesmo assim, todo homem deseja chegar à velhice, época em que se pode dizer: 'Hoje está ruim, e cada dia vai piorar até o pior acontecer.' "
E como saber como você vai terminar? Sempre tive a sensação, desde criança mesmo, que não iria chegar à velhice. Talvez isso seja um bloqueio, medo de perder a juventude e a liberdade. Afinal, a 3ª idade faz parte do ciclo da vida. E teoricamente, todos vamos passar por ela. Me recolho a pensar na infância como a melhor parte da vida. O que encanta, é justamente a falta de preocupação, tudo é temporário. As coisas passam rápidas demais para que você se dê o trabalho de guardar alguma delas. Uma lágrima se transforma em um sorriso em questão de segundos. E nada, nunca mais vai ser tão fácil quanto era na infância.
Ah, que época saudosa.

Primeira Sessão

Talvez eu não saiba exatamente por onde começar. O dia foi não foi agitado. Pelo menos não fisicamente. Umas caminhadas, um café, uns cigarros. Nada que o diferenciasse qualitativamente dos outros da rotina. Mas ele foi pesado em outros termos. A mente se encontra cansada e as costas, por algum reflexo, doem consideravelmente. A insônia, grande e velha amiga!, não ajuda em nada. Então achei um meio de expressar acontecimentos, pensamentos, sentimentos. Como era tanta coisa que acontecia sempre, até nas fases depressivas cheias de filmes românticos e chocolates, escolhi por relatar algumas coisas diariamente. Fatos, vontades, sonhos, verdades, mentiras. Vai ter de tudo. Resolvi por montar como um quebra cabeça. Mesmo sendo a estréia, não pretendo escrever demais. Uma pequena introdução deve ser suficiente por hora.