segunda-feira, 31 de agosto de 2009

There she goes again

Era seu aniversário. A data onde era celebrada determinada idade de acordo com o número de dias, horas e minutos vividos. Tudo aquilo ficava para trás agora. Ela adorava inventar um novo começo. Seria uma desculpa para poder tentar coisas novas, se arriscar mais, aprender. Aquilo parecia bastante tentador. Era deprimente quando parava para pensar que completava duas décadas. Tanto já tinha sido alcançado, e ainda faltavam incontáveis lembranças. Hoje o que prevalecia não era mais o amanhã, mas sim os sentimentos e vontades espontaneamente derivados de uma cabeça que vinha cansada de muita descarga elétrica e precisava de um escape. A felicidade de saber que naquele dia ela podia se sentir especial, afinal, há determinados anos era o seu nascimento, e houve uma reunião familiar, flores, sorrisos, e as lágrimas eram só de alegria. As pessoas que um dia a seguraram no colo hoje não presenciavam seu dia. Isso fazia sua consciência pesar, a fim de que tudo era o fim, e que a cada aniversário comemorado era menos um a ser vivido. 'Comemoração tola', pensou. Mas se tinha uma data da qual não se culpava ou se deprimia, era seu nascimento. Aquilo era a celebração do milagre da ciência, da religião, das crenças. A máquina humana que funcionava por mais um ano sem nenhuma falha a vista, tirando as de sentir. Quando pensava no seu passado, por mais angustiantes e felizes os momentos que vinham a sua cabeça, tudo tinha sido perfeito. Todo o antes a fez chegar onde estava, e fazia tanto sentido quanto comemorar uma data criada pelo homem. Era assustador e ao mesmo tempo considerado uma aventura. Tudo que era contrário pra ela tinha razão, e a fazia acreditar que valia a pena. '..mais um ano. Que mal tem?'; tudo que era vivido tinha seu valor. A ansiedade de tudo que ainda ia acontecer cresceu, e ela torceu pra completar muitos outros anos, e que tivesse sempre a vontade que tinha agora, de continuar vivendo pra sempre, mesmo quando se imagina não ganhar um ano, mas sim perder.

domingo, 23 de agosto de 2009

..<3..

As palavras se misturavam na criação de promessas, e tudo aquilo um dia terminava. Trazia uma dor seca, que rachava os sentimentos e sarava com o tempo. Algumas pessoas não deixavam aquilo cicatrizar e pagavam dívidas com prazo de vencimento indeterminado pro resto da vida. Outras davam a volta por cima e sabiam começar do zero, não importando o tamanho da queda. O que me impressionava era que mesmo todas as pessoas cientes disso, de que toda promessa, pelo menos a amorosa, tende a algum dia se corromper, eram contratantes dela quase que instantaneamente. Era o medo de não possuir um amor, não ter alguém e ficar sozinho, encarando tudo que ainda estivesse por vir consigo mesmo. Era uma contradição sem tamanho, uma coisa que quando você para para analisar não tem sentido. É um ciclo inevitável, e que por mais que o amor seja jurado, selado, civilizado.. sempre tende ao fim. Por uma traição, pelo fim da paixão, pela morte. Uma interferência era fatal à queda do sentimento que todos diziam regular o mundo e ser seu fator principal. Não entendam errado, não quero que pensem que eu menosprezo o amor.. muito pelo contrário. O motivo forte de escrever sobre isso sou eu. A prova viva dos ciclos, dos medos, de irreversíveis fatos, e de nenhum arrependimento. Depois de tudo, só posso chegar a cocnlusão de que sou o paradoxo que a vida pode trazer.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Se for só isso, logo vai passar.

E então eu resolvi escrever. Tomei a coragem de tentar extravasar, mesmo que não fizesse sentido. Era uma necessidade quase física, porque a cabeça vinha doendo há uns dias e talvez ela houvesse descoberto o verdadeiro motivo. Era informação demais, em tão pouco tempo! Aquilo tudo se desenvolveu em questão de horas e se ela contasse seria transformado em má fama, a incompreensão, a mente fechada e a falta de experiência levariam tudo a total decadência. Como prever o que estava por vir, nessa aventura tão gostosa e maliciosa do destino.. Ela não sabia. E nada mais a incomodava mais do que isso. A falta do raciocínio, a busca pela lógica e pela razão. Era claro, juntava-se evidências, pensava na situação com a delicadeza de uma rosa e ao final teria sua equação montada, faltando só a solução e logo, o resultado. Mas estava tão acostumada a esses fatores que ao final quem estava dividida era ela. O resultado foi o cansaço, a fadiga da consciência. A importância só fazia chamar a atenção. Era uma coisa que tomava rumos incontroláveis, o tempo lhe ensinara isso. As previsões não podiam ser mais certas. Porém, dessa vez quem iria decidir não era ela, com cálculos, medos e desafios. Estava aquilo tudo entregue. A sua inspiração trazia algum aroma diferente que ela nunca tinha sentido antes, e isso era mesmo impressionante. Com tanto vivido nas décadas da vida, ela estava sem reação. Por culpa dela, claro. Disso nunca tentava se esconder. Toda sua energia parecia focada em só um ponto, distante, mas em uma ilusão de ótica ela enxergava aquilo ao seu alcance, podia tocá-la. E era tão vital, tão prazeroso, tão novo.. que se aquilo fosse um sonho, não tinha a intenção de acordar.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Visões do Paraíso

A parte inicial sempre fora da mais difícil desenvoltura. Quando os sentimentos se concretizam e aquele arrepio frio passa a ser uma dor esmagadora no peito. Quando a ausência de algo desconhecido passa a fazer a diferença nas horas contadas que parecem andar pra trás. A confusão é demasiada, e inclusive o que se vê ao certo vira dúvida. É uma coisa de tamanha complexidade, e extrema dificuldade de compreensão. Leitores virão a me achar louca, lunática. Em um mundo onde seus personagens escolhem por atuar em silêncio, na esquina do tempo, vendo tudo aquilo que não quer dizer nada acontecer, achando normal o que é certo, mas não o que tem razão.