sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Por Último,


Mais um ano que chega ao fim. Outro tempo que chega trazendo novas energias e vibrações com toda positividade do momento. Um fim que traz um novo começo. Me despeço do que ficou pra trás nas datas do calendário que ainda está pendurado. Penso em tudo que esse ano trouxe. Parece que a carga só vai aumentando. As datas vêm, vão e continuam acontecendo em sua seqüência que não pode ser quebrada. Então quero desejar. Quero pedir. Quero esperar.
Desejo que as pessoas tenham hoje a consciência de lembrar tudo que passou e guardar só as coisas boas. De superar os medos e inseguranças e começar com força total, pra mais aventuras. Que saibam entender e aceitar o outro. Que deixem de lado as mágoas e pensem na felicidade como objetivo maior. Que sejam mais humildes e menos orgulhosas. Que aprendam a aceitar a vida e saibam vivê-la sem que ela seja vista como inimiga. Não tenham arrependimentos. Se desprendam do passado para conseguir alcançar o futuro. Percebam o mundo inteiro como uma possibilidade. Que deixem de olhar para amanhã como a única esperança. Hoje, já é tempo.
Que o amor não seja temido pelo possível sofrimento. O amor é. Simplesmente é. Então, precisamos deixá-lo ser. Que a esperança, a força de vontade e a alegria sempre vençam a dor e a tristeza. Que as expectativas sejam correspondidas e a hesitação seja colocada de lado.
Desejo paz. Amor. Saúde. Felicidade.
E principalmente, renovação.
Bem vindo, 2011.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Nada Pela Metade


Buscamos todo dia um novo motivo para acordar e abrir um sorriso. Tentamos projetar nos outros fantasias nossas, criamos expectativas de como poderia ser lindo se as reações a nossa volta decorressem com a exatidão do nosso pensamento.
Tenho aprendido tanto. Acordei por dias sorrindo e por outros séria, as vezes com lágrimas engasgadas. Com isso me fiz diferente, cresci. Acho que é isso que querem dizer quando falam sobre amadurecimento.
A evolução chega pra gente uma hora. Com tudo que se vive, molda-se o novo. Aquilo que antes era o suficiente deixa de ser. As buscas ficam mais apuradas. A certeza aumenta e vai tomando o lugar da insegurança.
As pessoas estão aí, perdidas no mundo como você.
Muitos fogem dos sentimentos. Tem um medo danado de se entregar. Vem sempre dor, decepção. Não, sempre não. Só quando é pra ser assim. O aprendizado precisa disso pra se concretizar.
Então eu digo que hoje não tenho medo de sentir. Mas afirmo que não quero nada pela metade, só pelo fato de ter algo acontecendo. Quero uma tolice inteira, com carga cheia.
Porque nunca foi da minha filosofia de vida aceitar nada só por aceitar.
A diversão está em querer mais. Ir além. E se você estiver lá me esperando, vou te dar as mãos. Se eu for sozinha, vou continuar andando, com a busca do dia seguinte estampada na boa vontade da vida.
É hora de mudar.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

CF


"Porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência."

Sobre o (des)caminho


"A vida tem caminhos estranhos, tortuosos às vezes difíceis: um simples gesto involuntário pode desencadear todo um processo. Sim, existir é incompreensível e excitante. As vezes que tentei morrer foi por não poder suportar a maravilha de estar vivo e de ter escolhido ser eu mesmo e fazer aquilio que eu gosto - mesmo que muitos não compreendam ou não aceitem."

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Sobre a falta de novidade


Era uma vez um menino. Ele tinha completado 5 anos não fazia muito tempo, e começava a entender melhor o significado das coisas.
Luca, era como se chamava, sempre fora extremamente observador. Detalhista, curioso e palpiteiro, sempre surpreendia com questões complexas que muitas vezes ficavam ainda sem resposta.
Era dezembro, o verão chegava com tudo. As flores estavam lá no jardim deslumbrando com seu perfume, a praia era muito frequentada e o balanço do parque estava sempre em movimento.
Um dia no carro, Luca perguntou a seu pai se na quinta feira era ano novo mesmo. Quis saber se era por isso que os primos iam vir e encher a casa, e a avó ia chegar cedo lá em casa com toda aquela comida e a mamãe estava tão preocupada com os enfeites e a Lara, irmã mais velha, irritada porque não ia poder ficar trancada no quarto. O pai disse que sim, explicou sobre a celebração, despedida do ano velho para a chegada do novo ano, e disse que com ele viriam muitas mudanças e novas oportunidades.
Bom, ele pensava, se o nome já diz "novo" é porque muito vai mudar! Começou assim uma contagem regressiva, ansioso passou o menino por toda semana, querendo participar e saber mais e mais sobre o que ia acontecer no famoso dia 31. Esperava o novo ano como quem espera a meia noite do natal, esta que inclusive para ele, que esperava um novo game, foi relativamente calma. Dormira antes da meia noite e só desembrulhou tudo na manhã seguinte. Focava toda sua energia para a noite da chegada. O que esperava, ele não sabia. Mas tinha certeza que era algo muito bom! Toda aquela festa, não seria por nada.
O desejado dia chegou. Estouraram a champagne, comeram doces e jogaram confetes. Descarregou todas as suas energias na preparação do dia, na ansiedade que brotava e só ouvia sua mãe gritar,
Luca! Se acalme guri! Pare de correr pela casa, não quero que quebre nada!
E assim, pegou no sono.
Na primeira manhã do novo ano, abriu os olhos, pulou da cama abriu a janela e olhou pra fora. Nada demais.
Talvez lá embaixo as coisas tenham mudado!
Correu escada abaixo e adentrou a cozinha como um furacão. Era cedo demais, toda a casa estava silenciosa e dormindo. Abriu a porta e saiu pro jardim.
Tudo igual. O vizinho. O carro. As flores. O céu. Até mesmo o sol estava lá, dando o ar da graça. Uma onda de decepção tomou conta. Sentou no chão, cruzou as pernas e resolveu descontar na grama verde que contornava a casa.
O pai, de costume acordava quase de madrugada, apareceu e sentou-se ao seu lado.
-O que foi meu filho, não consegue dormir?
-Papai, você mentiu pra mim.
-Menti? Sobre o que Luca?
-Você disse pra mim que era ano novo hoje.
-Ora, mas é! Por que mentiria sobre isso filhote, nunca minto pra você.
-Mas, não pode. Você vê algo novo? Procurei por todo lado, e não achei nada. Que graça tem, esse ano novo? Que chega pra ser nada?

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Sobre a tentativa


"Era uma menina que gostava de inventar uma explicação para cada coisa.

Explicação é uma frase que se acha mais importante do que a palavra.
As pessoas até se irritavam, irritação é um alarme de carro que dispara bem no meio de seu peito, com aquela menina explicando o tempo todo o que a população inteira já sabia. Quando ela se dava conta, todo mundo tinha ido embora. Então ela ficava lá, explicando, sozinha.
Solidão é uma ilha com saudade de barco.
Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança pra acontecer de novo e não consegue.
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.
Autorização é quando a coisa é tão importante que só dizer "eu deixo" é pouco.
Pouco é menos da metade.
Muito é quando os dedos da mão não são suficientes.
Desespero são dez milhões de fogareiros acesos dentro de sua cabeça.
Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.
Agonia é quando o maestro de você se perde completamente. Preocupação é uma cola que não deixa o que não aconteceu ainda sair de seu pensamento.
Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.
Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.
Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.
Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.
Renúncia é um não que não queria ser ele.
Sucesso é quando você faz o que sempre fez só que todo mundo percebe.
Vaidade é um espelho onisciente, onipotente e onipresente. Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.
Orgulho é uma guarita entre você e o da frente.
Ansiedade é quando faltam cinco minutos sempre para o que quer que seja.
Indiferença é quando os minutos não se interessam por nada especialmente.
Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.
Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.
Alegria é um bloco de Carnaval que não liga se não é fevereiro.
Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.
Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.
Decepção é quando você risca em algo ou em alguém um xis preto ou vermelho.
Desilusão é quando anoitece em você contra a vontade do dia.
Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas, geralmente, não podia.
Perdão é quando o Natal acontece em maio, por exemplo.
Desculpa é uma frase que pretende ser um beijo.
Excitação é quando os beijos estão desatinados pra sair de sua boca depressa.
Desatino é um desataque de prudência.
Prudência é um buraco de fechadura na porta do tempo.
Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.
Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.
Emoção é um tango que ainda não foi feito.
Ainda é quando a vontade está no meio do caminho.
Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.
Desejo é uma boca com sede.
Paixão é quando apesar da placa "perigo" o desejo vai e entra.
Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não. Amor é um exagero... Também não. É um desadoro... Uma batelada? Um enxame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego? Talvez porque não tivesse sentido, talvez porque não houvesse explicação, esse negócio de amor ela não sabia explicar, a menina."


Adriana Falcão

- Indicado pela escritora: Paulinha Moritz (L)

Aprende


"Vai menina, fecha os olhos. Solta os cabelos. Joga a vida. Como quem não tem o que perder. Como quem não aposta. Como quem brinca somente."

Sobre o que você não sabe. Ainda.

Te escrevo agora porque preciso. Já foram tantos rabiscos jogados fora. Mas dessa vez deixo assim, como for. Se você estivesse perto e eu sentisse seu cheiro suave talvez não tivesse a coragem de dizer tudo o que as palavras podem explicar. Mas como você já sabe, tenho certa intimidade com a escrita, e pelo silêncio vou me guiando e as coisas parecem sempre um pouco mais claras e óbvias.
Preciso. O que é exposto aqui talvez não chegue a você, nem amanhã nem na semana que vem. A questão é da necessidade quase física de colocar pra fora o que tormenta meu corpo, mente, coração. Coisa de sentimento, sabe? Leio tantas coisas que combinam com a gente. Tenho pensado em você quase sempre. Quando me sinto uma criança fantasiando sobre castelos e cavalos brancos tento então me segurar. Ninguém quer acabar encontrando outro desencontro da vida.
A vontade de você chega a ser tão forte, vezenquando. Sinto que isso pode crescer rápido. Disse a você outro dia, exalando inocência, que me apaixono perdidamente dentro do tempo do desabrochar da rosa. Coisa que raramente se nota. A falta que fica quando eu vou embora sem ter o que eu queria é meio repentina, grita, e quase nunca se vai.
Você não imagina. Sabe coisa de consciência limpa? Queria ser capaz de te dar a certeza da vontade que existe aqui dentro, seria mais fácil.
Entenda, de prontidão, que apareceste de repente tão quanto eu pra você.
Que meu medo e sentimento cresceram de mãos dadas com os teus. E se hoje se separam é só por desejo de liberdade e apreensão de sofrimento.
Minha tentativa é a torcida escondida que tenho pra te ver quando o sol vai embora. De atender tua ligação nervosa no meio da madrugada, e de te sentir perto, com aquele seu jeito engraçado e desajeitado que me faz pequena de novo.
São palavras ao vento, jogadas em um rascunho velho que esperava por palavras novas como eu esperava por me apaixonar de novo.
O rascunho mantém as palavras.
Mas, eu. Ainda tenho você?

sábado, 4 de dezembro de 2010

Receita 1

-Quero desejar um dia belo. Uma manhã calma ensolarada e azul. Sábado. Tudo hoje vai começar a mudar. Quero ver um grande sorriso no rosto assim que sair da cama. Busque a praia, a natureza. Aceite o carinho dos seus queridos, que mesmo sem saber se preocupam com você. Põe uma roupa leve, arruma sua bolsa e sai por aí, mesmo que não tenha destino, mesmo que não tenha ninguém. Repara no céu, na cor dos olhos de quem atravessar o seu caminho. Se alimenta de coisas diferentes e gostosas. Tira esse dia pra se recompor, reencontrar o equilíbrio que você perdeu, e volta pra você. Quando sair de casa, leva sua máquina de fotos. É, usa pra retratar momentos, coisas, pessoas desconhecidas. Estranhos. Mas que de certa forma estarão compondo você, um novo você. Deixa pra trás toda dor. Não abandone o pensamento de que vai ser difícil, porque ainda é. Mas dribla ele, enfeita, dá um pouco de cor. Esquece um pouco das pessoas. Da sua dependência. Não queira controlar as coisas, muito menos as pessoas. Saiba que elas vão e vêm, mas nem por isso deixam de gostar de você. Não exagere no esforço nem no reconhecimento. Acredite que você é especial para quem deve ser pra você. Mantenha as preocupações longe, por hoje. Escute músicas calmas, que te tragam tranquilidade. Medite. Reze. Agradeça. Beba água, ajuda a purificar. E respira, sempre bem fundo. Evita esses cigarros nos quais se afoga constantemente. Declare seu amor pelas pessoas próximas, nunca sabemos da última vez. Leia seu horóscopo, olha a lua nova, leva seu all star pra passear. Lembra de quem te dá saudade. Valoriza o que é teu. Levanta o rosto e olha no espelho. O que você vê é maior do que qualquer medo. Você forte desse jeito, se deixando levar? Não aceito. Deixo essa receita pronta, esperando que siga cada passo dela. E que aproveite. E ao final do dia, quando for pra cama, eu estarei com você. E farei com que se lembre, que quem desiste, é porque não tem pelo que lutar. E você tem.
Até lá.

Perdi-me


Eu nem queria começar. De dentro vinham pensamentos, palavras. Uma angústia que não tinha fim. Daquelas que faz você querer sumir. Hoje, pessoa nenhuma foi suficiente pra mim. Nem eu mesma. Fazia uma semana que eu tentava recuperar a minha energia e encarar as coisas com o jeito positivo e extrovertido de sempre. Mas dessa vez era difícil. Uma frieza completa tomou conta, como em uma avalanche. Me sinto paralisada por dentro, quer dizer, não sinto. São tantas emoções ao mesmo tempo batendo de frente que no final não consigo dar um sorriso forte nem fazer escorrer uma lágrima densa. Um estado de ódio externo, que até o que não deveria, me incomoda. Talvez fosse insatisfação. Drama. Vitimização. Mas como, eu não suportava me fazer de vítima. Pedir ajuda, gritar ao mundo que me sinto um pequeno ser vulnerável até mesmo ao vento, e que só busca um colo aconchegante pra passar a noite. Um lugar seguro, quente, que me acalme e faça essa dor que me esmaga todo dia ir embora, pelo menos um pouquinho. Dar uma folga. Pro coração respirar melhor, os olhos se abrirem e aquele brilho que sempre morou lá poder voltar. E veja que ironia, até mesmo quando gritei aos ventos e pedi socorro parece que cortaram a linha ao meio e as coisas ficaram meio mal entendidas. Tenho eu plena consciência de que ninguém tem a obrigação de cuidar de mim. Mas sabe, é maior que obrigação, é expectativa. E uma vez que você foca de uma forma, e espera que aquilo aconteça como você quer, já era. A decepção? Devastadora. E aí descobre que as coisas tem que mudar nisso também. Suas perspectivas de vida profissional, amorosa, familiar. Tudo, de uma vez só. Como um rascunho que você deixou pela metade. O único jeito de consertar é amassar a folha e começar de novo. Respira. Pensa. Acende o cigarro. E o peso que eu carrego desse mundo, que eu carrego por mim, por você. Ninguém vê? As rezas de todo dia, a proteção que eu peço, os agradecimentos que eu faço, a força que eu preciso para não desabar no meio da rua. Tudo isso, não parece ter muito sentido. Paro e observo. O mundo lá fora, fora de mim é todo diferente. As pessoas tem um senso de não-vida. Eu acho. Todas elas parecem seguir um roteiro de filme, lentamente caminhando ao sol, fazendo seus exercícios, dirigindo atrasados. Mas o que sinto disso tudo, é um grande vazio. Uma ocupação de tempo e de mente, enquanto tudo acontece sem ser realmente percebido ou sequer visto. Talvez eu devesse tentar. Todo dia, quando eu levanto da minha cama, eu não peço um novo amor. Não peço pra esquecer você, nem pra fazer sol. Me quero de volta. Devolve, moço. Preciso de mim. Entendo agora que quando não me tenho, todos os outros vão embora. E não é possível ficar sozinha se nem eu estou por perto. É além de sozinha. Essa sensação funda, fria. Tenho medo e não consigo parar. Senti hoje tanta vontade de chorar. É. De manhã, de tarde e de noite. Mas não consigo. Nem mesmo agora de madrugada. Vou esperar as lágrimas. Me forçar talvez a colocar pra fora essa pressão do peito. Como eu faço? Me ensina? Nunca precisei de ajuda pra chorar. Nunca estive assim, sem mim. Sem cuidado. Eu me cuidava antes. Agora até ela foi embora. E eu, não sei mais até onde consigo ir, perdida nessa calçada olhando pro mar, achando que é mais confortável o mar escuro do que qualquer outro lugar. Ou abraço.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Partido

Fantasias completam o realismo de todo dia. Como poder transformar o desejado em fato consumado sem o toque das mãos. Como tragar o cigarro sem expelir a fumaça. Sobreviver diariamente com suposições desconhecidas. Um poço de sentimentos embrulhados e brilhantes que insistimos em carregar como uma bagagem sem destino. Talvez. Querer o seu beijo de novo, buscar um outro que seja novo. Se estragar sabendo do fim e querendo o agora.