quarta-feira, 30 de junho de 2010

Do que se deve esperar

"Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é agora. No que está sendo. Pensar no que ainda não veio é fugir, buscar apoio em coisas externas a mim, de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço. Pensar no que está sendo, ou antes, não. Pensar é ainda fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar. Entrar nela significa viver."

Nothing at all

Não tinha assunto. Se sentia estagnada. Os personagens tinham tirado folga sem avisar, e ninguém que passava na rua chamava atenção pedindo uma história. Aquele momento de inércia, de tanto faz. Não faltava motivo pra alegria, logo estaria longe daqui respirando ares diferentes e vivendo seu sonho. Agora era só viver. Enche o peito de ar e vai, busca a tua sobra, esquece do que não é mais e sonha. Recupera o encanto, a receita da infância. Teu jeito é de criança, teu corpo de mulher. De que importa toda essa fumaça se você sabe pra onde vai? Mas quer um conselho, não saber nada também faz bem. É, traz uma tranquilidade. Prova que quando você para de fazer perguntas pra vida, ela deixa você vivê-la em paz. Abre os olhos, lava a cara, calça o all star vermelho e vai lá pra fora. O mundo te espera. E vai sozinha, porque os outros não sabem o que é preciso agora. Você precisa do outro. Não, não dele. Do outro você que existe. Só ele pode ser teu agora, nessa estrada. Entende, tem momento pra tudo. Aceita, não dessa vez. Tudo que parece meio bobo é sempre muito bonito, porque não tem complicação. Coisa simples é lindo. E existe muito pouco.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Falta de ar


É que desejar nunca foi incansavelmente bom assim. A carne grita, pede. O suspiro dominava o espaço e as unhas deixavam marcas na pele clara. Boca, peito, braço, cheiro. Tudo misturado, virava uma coisa só. Olha no meu olho, implora. É que eu te quero aqui e agora. Então fica, acorda do meu lado pra minha manhã ter o mesmo brilho teu.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Toda minha saudade e o amor de sempre


'Acho que é isso que vocês não são capazes de compreender, que a gente, um dia, possa não querer mais do que tem.'

domingo, 27 de junho de 2010

Juro

'Oh, não se assuste, às vezes, a gente mata por amor, mas eu juro que um dia a gente esquece, juro.'

sexta-feira, 25 de junho de 2010

A madrugada me contou

É que quando eu vi você naquela noite eu não tinha expectativa. É, estava lá perdida em mim, desacreditada. Mofando pensamentos que cansavam quando pesavam por extremos. Era uma noite qualquer, que pela sua presença, fez tudo valer a pena. Aquele beijo bobo que você me deu, juntando nós dois um pouco mais me fez sentir bem, sem obrigações. E toda a chatice de mais cedo desapareceu, assim. O vapor das luzes neon que brilhavam no chão da boate trouxeram você de volta. E olhar pra você, ao meu lado, dançante, sorridente, me fez suspirar e te desejar um pouco mais do que eu já fazia nos dias normais. Me fez pensar, que de alguma forma eu teria que ter aquilo pra mim. Você. Ninguém entendia quando eu tentava explicar o que era, porque não sentiam o choque que eu tinha quando batia os olhos em você. Poderia virar a noite gritando ou escrevendo sobre a vontade de você. Mas seria inútil. Você estaria longe demais pra ter a real noção do quanto te quis, do quanto te amei em silêncio, por respeito ao seu bem. Que eu podia ser o melhor, eu tinha certeza. Mas não era egoísta o suficiente pra simplesmente abandonar sua alegria momentânea e mostrar ao mundo que eu mais você formava o par perfeito. A carne grita sempre, e o músculo pulsa batendo contra a parede pedindo pra ficar. Volta pra mim, eu penso. Mas é coisa de hora, sabe. Quando você some de novo, e me abandona, eu te abandono também. Você vira as costas e vive a sua opção, e eu fico com meus sonhos e o nosso impossível. Um dia ele vira verdade, e você vai ter o sorriso estampado por minha causa, mais uma vez. Quando eu pude, eu não fiz. Eu tinha outra, você sabe. E sempre me perco, nas outras, em você, nas próximas. Mas isso tinha que acabar. O que eu precisava agora, era de tempo pra mim. Estabelecer novas regras pessoais, de dentro pra fora, que me limitem à normalidade do que é possível sustentar. A lente quebrou, e eu não enxergo mais o que passou. Uns rios secaram, outros voltaram a encher. Mas o que eu quero, busco incessantemente. Talvez esteja perto, como tantas vezes penso. Talvez, esteja por vir. No sim, no não, eu sigo, respirando cor, correndo contra o tempo pra conquistar você. E acima de tudo, me ter de volta, me tirar desse labirinto que o desejo, o amor, a paixão me colocaram. Porque eu não aguento mais me dividir em tudo isso, sem saber por que.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Promete?

-Você só deve me prometer uma coisa.
-Pode falar.
-Tem que prometer que não vai se apaixonar por mim.
-Acho que consigo.
-Não é o suficiente.
-Pra que vou prometer uma coisa que é óbvia?
-Porque eu estou pedindo, preciso dessa certeza. Não quero mais carregar a bagagem de encantadora. Chegou a minha vez.
-Não se ache tanto, ô moça bonita. Quantos corações você já partiu?
-Não faz diferença o número. A carga do sofrimento e dos olhos cheios já me deixou torta nos pés. Quero ser leve, ser o que quiser, como quiser. A preocupação do amor exagerou, e em sua hora veio ao final.
-E por essa promessa, devo entender que vais viver livre, solitária.
-Não, coleciono alguéns. Pessoas que me encantam sem saber. Paixões literárias e breves, que me rendem um dia de sorriso.
-E nenhum dia de realidade.
-A realidade não é feita só de vida, nem só de coração.
-Mas o amor torna isso mais bonito.
-O amor é bonito por ser o amor. Eu o quero por perto.
-Então por que me pede essa promessa?
-Não perto demais.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Walt Disney


'If you can dream it, you can do it. Always remember that this whole thing was started with a dream and a mouse.'

domingo, 20 de junho de 2010

My Kind of Lover


What I meant to say, two times since yesterday. Why won't you understand, there's another way? All you need to know, is if you didn't go, I would feel the same, maybe even more. Oh, I think it's a sign that all of the time... Though you left me behind, you're still on my mind.
Yeah!
Well you've been gone for so long, girl.
Yeah!
But I keep hanging on, girl.
Yeah!
Until you tell me I'm wrong,
oh girl.

Quem Sabe

Sobra tanta coisa. De uma tempestade duradoura que começou com um sol claro e quente. Se recusava a acreditar que tudo na vida, sem essa exceção chata do óbvio vinha a terminar um belo dia. Dava um frio na barriga irremediável, e uma inércia parada quando se deixava ser nostálgica e dominada pelas lembranças do tanto que tinha ficado pra trás. Lembrou de suas promessas. Era mentirosa? Era culpa do tempo. Culpa do mundo, do instinto burro, da cegueira animal, da carne bruta. As suposições não supriam a vontade do de novo. O amor ia embora e deixava uma cicatriz grande, à mostra, estampada. Cicatriz a qual, ela nunca teve medo de deixar aparecer. Mas o estrago que faz, a vida é curta pra ver.
Ah, que saudade tenho do meu amor.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

An Education


If you never do anything, you never become anyone.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Quem não se vê


Por faltar dígito justo que correspondesse à penumbra pensante, resolveu confessar. Ela tinha às mãos seu café, apoiado sobre a mesa seu livro e seus óculos. Pelo tédio caseiro tinha saído pra rua, queria ver gente, presenciar romances, observar outros que pudessem se transformar em futuros personagens. Dessa vez não tinha música aos ouvidos, era só o som da rua e da movimentação mesmo. Ficava incrível com a circulação de tudo. Os passos iam cada vez mais pra longe, eram tantos mundos se esbarrando em alta frequência e no final sempre se encaminhava ao perfeito.
Até que um toque de celular interrompeu o devaneio. Ela respondeu:
-Oi.
-Ei, por onde andas? Pelo barulho digo que está nas ruas.
-Sim, sim. Saí de casa não faz muito tempo.
-Achei que tivesse que trabalhar de casa hoje.
-Tenho, adiantei os projetos. Só vim buscar um café e perseguir personagens. Volto logo.
-Precisa de ajuda? Me preocupo com essas fases onde se afoga em si mesma. É sempre falta.
-Não se preocupe. Sei me cuidar. E você sabe disso também.
-Sei...
-E não falta nada. As vezes, falta alguém.
-Mas você sabe quem?
-Não. Só sinto falta dele. Desse alguém que falta, sabe.
-Acho que você sabe, sim. Só se pode faltar o que já existiu. E se sentes isso, é porque já o conheces.
-Talvez.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Pocketful of Sunshine


É que hoje eu acordei de um sono que não existiu. Mas dessa vez a madrugada não me consumiu. Foi bem ao contrário, eu entrei por ela, atravessei, traguei e agora a luz do novo dia surge como uma continuação de ontem, mas revitalizado. Aqueles dias que você ri sem ter motivo, que se acha boba por querer ser feliz, usa um vestido listrado cheio de cores só pra deixar gritar de forma discreta o que você quer dizer que sente por dentro. O melhor que traz esse sentimento não por si só ele, são pessoas, vontades desejos, expectativas. E acima de tudo, o poder do consciente de driblar tudo de errado, de triste, que deveria virar lágrima, e jogar assim, perdido em mim, esse sorriso esperançoso de um novo amanhã. É, porque se eu ainda não dormi, o dia de hoje vale por dois.
Bom dia!
E que o seu dia, ou o seu amanhã que é o meu ontem, seja assim, feliz por essência. Sem aquelas chatas explicações. Porque eu aprendi que nem tudo precisa de uma resposta. Quando se é, simplesmente, se consegue um amor, também.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Não sei, deixo rolar.

Vou olhar os caminhos, o que tiver mais coração, eu sigo. Mesmo sem compreender, quero continuar aqui onde está constantemente amanhecendo.

domingo, 6 de junho de 2010

Glitter in the air.


Have you ever fed a lover with just your hands?
Closed your eyes and trusted, just trusted?
Have you ever thrown a fist full of glitter in the air?
Have you ever looked fear in the face and said "I just don't care?"

It's only half past the point of no return
The tip of the iceberg, the sun before the burn
The thunder before the lightning, the breath before the phrase
Have you ever felt this way?

Have you ever hated yourself for staring at the phone?
Your whole life waiting on the ring to prove you're not alone
Have you ever been touched so gently you had to cry?
Have you ever invited a stranger to come inside?

It's only half past the point of oblivion
The hourglass on the table, the walk before the run
The breath before the kiss, and the fear before the flames
Have you ever felt this way?

There you are, sitting in the garden
Clutching my coffee, calling me sugar
You called me sugar

Have you ever wished for an endless night?
Lassoed the moon and the stars and pulled that rope tight?
Have you ever held your breath and asked yourself "Will it ever get better than tonight?"

Não, você não sabe.


Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso.
Frágil.
– você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse. Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo. Parado atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos começa a passar.

[Caio]

sábado, 5 de junho de 2010

I might die when I forget how to breathe.


Eu perguntei para ela, qual era o problema. Estava distante da minha compreensão aqueles olhos tristes, aquele movimento lento, aquela falta de objetividade. Ela então se virou, mas sem me culpar por amar outra pessoa respondeu:
- Não consigo expressar, só consigo sentir.
Através da sombra do seu olhar eu entendi que não era de sua vontade falar. Eu podia não entender, mas precisava respeitar. Deixei-a ali, inerte, sendo movida apenas pela força de seus pensamentos, e sentindo não só o ar frio e áspero que inspirava, mas também os arrepios constantes que iam e vinham, mas que nunca deixaram-na em paz.
Era uma dor forte e pesada a que eu sentia. A agonia de fazer algo, de ser útil, de fazê-la abrir os olhos para a vida e de colorir os dias cinzas nos quais ela se afogava cada vez mais.
Há tanta coisa que ela ainda não sabe. Tanto sofrimento que ela não imagina. Mas mesmo se soubesse, não mudaria nada.
Um dia, tentei convencê-la:
- Deus não nos odeia, não é assim.
- Não? Como pode ter certeza?
- Se nos odiasse, não faria nosso coração tão forte.
Nessas horas ela desviava o assunto, guardava a resposta para refletir depois, ou simplesmente guardava no bolso para deixar lá esquecida e não precisar encarar os fatos da verdade, ou do absoluto. Por mais que suas crenças fossem estruturadas de invenções inquebráveis, quando o silêncio falava alto na sua cabeça ela sabia que tinha perdido o argumento.
Então naquele dia, eu fui embora. Certa de que voltaria em poucas horas, dei um passo de cada vez e acendi um cigarro. Andei com calma, como quem sente o impacto do corpo contra o chão. A separação era sempre dolorida, porque era a mesma alma. A mesma pessoa. A gente se encontrava nas esquinas da vida, nas escuras, frias, perdidas tentações de entrega a fragilidade de ser. Ela era eu. Nos momentos de tormenta eu aparecia, por vezes acalentava, por outras enlouquecia. Eu só podia ser o que ela me permitisse. Ela me fez, me criou. E eu nasci com ela. As visitas tinham maior expectativa conforme o tempo ia acabando com ela. Sobrava menos. Eu tinha que ser mais. Mas seria, sempre. Por ela sim. Por mim também. Então eu fui, fui sê-la em outro lugar, fui ficar na estante enquanto ela agora se guia sozinha. Sei que volto, pois afinal,
O inesperado está sempre a espreita.

Rotina

sexta-feira, 4 de junho de 2010

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Até o fim raiar


Para nós, todo o amor do mundo.
Para eles, o outro lado.