quinta-feira, 27 de maio de 2010

Pratododia

Embora soubesse que o superficial as vezes podia significar mais, tinha para si que o tempo era a certeza. Se afastava de ideias concretas no desejo da surpresa infantil. A existência não bastava, era preciso viver. Buscar novos caminhos que não fossem construídos de dúvidas mas sim de renovação. Amanhã é tudo de novo, mas fazer o tudo ser novo e não repetido, era o que queria dizer com aquelas cartas. Jogar fora a monotonia e saber abrir os olhos para encarar aquele sorriso da madrugada que fez tudo colorido. Quando olhava para o mar sentia a espinha estremecer. A lua cheia tinha o brilho do que era dela. Dentro. Fora. Areia e um bocado de vento na cara deixava ser a loucura distraída que tinha chegado para ficar. Não tinha pretensão de convencer. Suportava as horas com um objetivo novo, uma vontade tensa e um olhar diferente. O caminho mais fácil nem sempre é melhor que o da dor. Queria dar uma chance para a vida mostrar um jeito menos doloroso de se despedir, mas não queria nunca partir. Ficar ali, congelando olhares, pensamentos, dividindo insônias e carências. Aquilo tinha que ficar, pensava. Que tolice.

Um comentário:

  1. Não sabia porque havia começado, porém não queria se despedir. Talvez essa seja a verdade.. Quanta tolice!

    (Preciso falar mais alguma coisa?)

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