quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ao contrário

Liguei o rádio em busca de uma música calma e acendi o cigarro, aquele que ontem te fez reclamar. Com as cinzas caindo no papel, tentei me desfazer da indignação que brotou nessa noite, pela falta de compreensão. Inacreditavelmente, sou fácil assim. Ando desgovernada dizendo que sou dona de mim, quando na verdade é só isso que me falta ser. Em poucas horas eu consegui me perder em um labirinto escuro. Medo do escuro. Você me disse isso, é uma das poucas coisas que sei de você. Pouco tempo, pouca coisa. Explica então, como toda essa falta de coisas pode ter esse tamanho enorme? Eu busco ter calma, ser leve. Sempre tropeço em mim mesma, atropelo tudo e falo demais. Parei de me questionar tanto. Ajuda, aprendi que nem tudo precisa de uma explicação, e tenho vivido bem com isso. O céu as vezes sorri pra mim de graça, e eu dou um sorriso torto de volta. Nesse vôo noturno eu experimentei a insegurança com um gosto doce. E quis estar ali até o amanhecer. Limbo estranho mas conhecido. A minha indignação era comigo, como você podia saber?
Que grande confusão os novos dias de liberdade me trouxe.
É forte, puxa.
E mais uma vez eu não consigo ficar parada.

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