sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Um querer informal

Me deparei com o papel. Um branco ofuscante, me deixava cego. A luz refletia e levava embora tudo que antes pipocava em minha cabeça. Todas aquelas vontades passageiras, que muitas vezes não eram tão passageiras assim. Desperdiçava pouco tempo com elas, porque não podia levá-las adiante. Até podia. Eu era dessas pessoas, que acreditava que vontade era tudo, sabe? Se você quer, você pode. Você é assim também?
E nessa de querer o mundo, em perdições e sonhos, eu cheguei aqui. Encontrei a maior delas todas, que de forma diferente me bateu, me esfolou, e com sua delicadeza me trouxe no colo. Eu passava pela sua rua todo dia, de manhã de tarde, de noite. Fosse pra te ver, ou só pra te querer mesmo. Queria muito.
As pessoas vinham sempre na contra mão, esbarrando em mim e nos conceitos em que eu acreditava, onde tinha a boca cheia do teu nome, que esse eu não esquecia.
Era repetitivo, um labirinto. Uma auto sabotagem das boas. Eu contra eu mesmo, contra você depois. Era gente demais.
Uma vez alguém me trouxe uma rosa, e disse que ela seria pra sempre da cor dos meus lábios. Hoje, a rosa não existe mais, e o vermelho que um dia me deu vida, hoje me traz um coração ensanguentado.
Ah, coração. Não percebes que não importam as palavras, não importa o tempo nem os outros. O que importa é a vontade.
E isso pra mim, não falta.

Um comentário:

  1. Sou dessas pessoas, sim. Dessas que certa vez já até quiseram mais do que podiam ter.

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