quinta-feira, 21 de julho de 2011

De dentro

As folhas do inverno faziam barulho enquanto eu caminhava no frio, secas. Se despedaçavam aos poucos com os passos acelerados, passos de quem quer muito chegar, mesmo sem saber o lugar. As noites são meu refúgio, a lua minha segurança e o silêncio do escuro é a paz que falta. Porque sempre falta alguma coisa.
Não tinha certezas. Como um andarilho de sentimentos, me encaixava talvez nesse perfil. Alguém. Eu era alguém tão perdido quanto encontrado. Alguém tão desesperado quanto pacificado. Alguém tão apaixonado quanto desapegado. Tão in quanto out.
Minhas fugas ainda existiam, e eram frequentes. Talvez o que faltasse, fosse aceitação do estado eterno de insatisfação.
Como uma doença crônica. Doença essa que é viciada em eternidade, apavorada de solidão e inconpreensivelmente insatisfatória. Que não se cura por harmonia, se sustenta pelo caos e quer sempre ser mais doce. Meu paraíso é o conflito.

Um comentário:

  1. "Como uma doença crônica. Doença essa que é viciada em eternidade, apavorada de solidão e inconpreensivelmente insatisfatória. Que não se cura por harmonia, se sustenta pelo caos e quer sempre ser mais doce. Meu paraíso é o conflito."
    O nosso!

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