sexta-feira, 30 de março de 2012

Qualquer coisa


Uma menina veio me perguntar, tarde passada.
-Por que você nunca mais escreveu?
Era curioso ver como ela, aquela menina, cheia de inocência e sede de vida nos olhos, ainda podia querer saber das minhas palavras.
-Não sei.
Respondi, querendo desconversar. Eu sou uma pessoa com a boca muito aberta, mas coração nem tanto.
Insatisfeita, ela relutou:
-Então, é porque tem coisa para ser dita. Não é?
E aí eu vim aqui. Fugi da menina com o cigarro na mão, e as sombras foram passando, aos poucos.
Talvez ela esteja certa, aquela menina.
Talvez.


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