Faz tempo. Talvez aqui seja um bom começo. Tempo esse que me fez falta, e só percebi a falta que o tempo fez quando o tempo não tava mais lá. Aquele tempo que a gente tem pra dentro. Tempo de olhar o espelho, o teto e até mesmo as páginas daquele livro velho, favorito, cheio de rabiscos e pensamentos. Tempo de sentir o cheiro da janela, de se esticar na diagonal da cama e fazer um café. Esse tempo de que falo são as minhas madrugadas.
Antes, tão presentes. Todos os dias vinha me visitar.
Não sei se fui eu, que perdi a loucura, ou se ela que cansou de vir me chamar.
Aos poucos me acostumei a não tê-la.
Dela já não sei mais.
O azul do céu é que me recebe, com aquele insuportável vinil transparente, radiando dourado.
Fazia falta que esse tempo não aparecia. Tempo de mim.
Se essa madrugada te trouxer de volta, volte pra esse tempo o mais rápido que puder...
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