quinta-feira, 10 de maio de 2012

Faz tempo. Talvez aqui seja um bom começo. Tempo esse que me fez falta, e só percebi a falta que o tempo fez quando o tempo não tava mais lá. Aquele tempo que a gente tem pra dentro. Tempo de olhar o espelho, o teto e até mesmo as páginas daquele livro velho, favorito, cheio de rabiscos e pensamentos. Tempo de sentir o cheiro da janela, de se esticar na diagonal da cama e fazer um café. Esse tempo de que falo são as minhas madrugadas.
Antes, tão presentes. Todos os dias vinha me visitar.
Não sei se fui eu, que perdi a loucura, ou se ela que cansou de vir me chamar.
Aos poucos me acostumei a não tê-la.
Dela já não sei mais.
O azul do céu é que me recebe, com aquele insuportável vinil transparente, radiando dourado.
Fazia falta que esse tempo não aparecia. Tempo de mim.

Um comentário:

  1. Se essa madrugada te trouxer de volta, volte pra esse tempo o mais rápido que puder...

    ResponderExcluir