segunda-feira, 18 de março de 2013

E repito que te amo, porque por amor nunca é demais

Há mais ou menos três meses eu escrevi uma carta pra você, quase nas mesmas circunstâncias. Era madrugada, também, e eu - incansável apaixonada - repetia com calma palavras que tentavam descrever o quê, precisamente, passava pela minha cabeça naquele momento de saudade.
Confesso que se tornou um hábito, sentir sua falta. E me acostumei com essa saudade latente assim como me acostumei com seu sorriso bobo nas manhãs cinzentas, com seu ciúme disfarçado e com seu escudo de nuvens.
As bolhas de sabão que você fez na feira, duas semanas atrás, me perseguem até hoje. Toda noite que passo acompanhada da saudade, elas me embalam em um sono profundo, um apagão profano, pra fazer o encontro chegar às pressas e a noite longa se encerra, quando acordo antes mesmo do despertador se aventurar.
Se soubesse a paz que tenho ao encostar na tua pele e ao sentir teu cheiro, talvez não se atrevesse a se distanciar mais do que o suficiente pra meus olhos acompanharem as tuas curvas ou encostar na tua sombra.
Isso tudo é um desabafo apaixonado, de que já perdi as contas dos tantos que tenho jogados pelo quarto, nas gavetas ou na cama. Espalhados aqui como você, em cada canto, tem um novo encontro.
Não é mais suficiente o dia todo, as madrugadas se acabam e percebo que não dormi porque estava esperando a noite acabar pra te ver e te ter e te tocar e te lembrar que te quero um pouco mais do que queria ontem, e te dizer que descobri, que é sim possível essa desventura em série ser ainda maior no dia seguinte do que era nos meses passados, ou no ano passado ou.
É que faz tanto tempo, e tanto ainda por vir, que preciso te dizer e repetir e falar de novo, que o que sinto aqui dentro me faz completa, me faz sorrir. Da forma mais pura do que é o amor, você me fez parar de questionar o que vai ser ou qualquer possibilidade de amanhã, porque na verdade, no fundo, prometendo mesmo - eu digo com gosto - o amanhã chega quando você chega, com a xícara na mão e o cigarro na outra, de cabelo molhado do banho quente e senta do meu lado, me olha e diz,
Bom dia.
Aí, eu volto a respirar. O dia começa.
Mas ainda assim, não sei sequer se terminou desde a última noite que sonhei com você.

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