quarta-feira, 30 de julho de 2014

Cara a tapa

Não sei se existe melhor hora para escrever do que quando estamos completamente engasgadas com alguma coisa. Pode ser uma indignação, uma tristeza, uma raiva, um amor. Mas parece que nesse momento em que você está com o sapo na garganta, pensando se engole ou se cospe pra fora, tudo consegue soar mais sincero, radical e verdadeiro.
Um dos meus defeitos - digo defeito porque é um defeito 90% das vezes - é ser extremista. Tento controlar esse sentimento constantemente. Tento, mas raramente consigo. Pronto, fui extremista de novo.
Quando o sol brilha ele brilha e ofusca tudo a sua volta. Mas quando chove, bate aquela deprê, a beleza da poesia em conta gotas, escorrendo pelo vidro da janela.
Quer saber, é péssimo ser assim. É uma vida em constante looping (eba! adoro montanha russa!), mas quando chega a hora da queda, o frio na barriga também é imenso. Insegurança.
Sentir a vida à flor da pele tem seu valor, e as belezas - essas sim - devem ser valorizadas ao extremo.
Os problemas, as preocupações, e tudo mais de pesado que possa aparecer, devem ser contrapostos com toda essa poesia ofuscante do sol, e não ser encarada como uma enchente a cada gota que pingar na nossa testa.
E saber, a gente sempre sabe. Mesmo que não dê a cara a tapa, ou que não assuma verbalmente. A gente sabe quando exagera, quando tem um defeito, e mais - sabe exatamente onde temos que mudar.
Calma aí, não me entenda mal! Ninguém disse pra gente que seria fácil. E nunca é. Mas, ainda tenho pra mim que ter consciência das coisas, já é meio caminho andado. Porque querer mudar uma coisa que nem sequer sabemos de onde vem, aí, sim, é uma tempestade sem fim.
Um fator que ajuda é a humildade. Precisamos saber enfrentar o problema, e muitas vezes, assumir! Caio uma vez disse: "supere isso, e se não conseguir superar, supere o vício de falar a respeito"!
Tá aí, mais meio caminho andado.
Precisamos assumir que não somos perfeitos (seja lá o que for essa perfeição), e que de longe, a realidade não é a mesma pra todos. E de novo, precisamos superar isso sozinhos, agindo, e parar de encher os ouvidos (as vezes nossos próprios) reclamando sobre isso. Porque ninguém merece autopiedade.

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