quarta-feira, 30 de julho de 2014

Palavras na madrugada

Ha muito tempo que eu não dormia às tantas da madrugada por causa de um livro. E ontem, tive a sorte de passar por isso. Um livro de crônicas delicioso, da minha mais nova descoberta: Martha Medeiros, "Montanha Russa".
Terminei em menos de vinte e quatro horas. São tantos assuntos divertidos, verdadeiros e sinceros, que você passeia por cada situação que ela conta, como se estivesse presenciado tudo aquilo ao seu lado. São tantas opiniões, tanta cultura, tanto humor, que a cada página que você vira, você se sente mais leve, com um sorriso no canto da boca.
Tem leitura melhor que essa? Aquela que te conquista, e que faz você brigar com o relógio, querendo que ele pare só um pouquinho, só mais uma página, só mais um capítulo... E quando você se dá conta, acabou.
Não sei você, mas eu sempre sofro um pouco quando chego na última página. Tá, nem sempre. Olha eu sendo extremista de novo. É sempre quando me envolvo, quando me apaixono, e quando crio um laço afetivo invisível com cada letrinha impressa que me olha. Sou dessas pessoas que tem ciúme de livros, sim. Fazer o quê! Muitas vezes as histórias valem mais do que pessoas.
Ultimamente, ando sedenta por leitura. Aprecio livros - praticamente todos! - desde pequena, graças ao meu avô. Vovô costumava me levar a livrarias enormes e perdíamos horas do dia ali, em meio a tanta imaginação, tantos personagens, e sempre saíamos com uma sacola recheada. Até hoje quando entro em uma dessas livrarias, lembro dele falando "Você pode economizar com tudo, menos com os livros. Eles merecem." E ele estava certíssimo. Hoje, com uma lua de mel parcelada no cartão de crédito e o condomínio pra vencer, continuo agradecendo pelo cheque especial - oba! posso levar mais um pra casa.
Leitura se aprende. Leitura ensina. E não tem sensação melhor do que encontrar uma história que te encanta, e para a qual você pode se doar. Como qualquer relação, a última página vai te fazer sofrer um pouquinho. Mas nada comparado ao prazer que dá, ter aquelas horas perdidas em um mundo novo, anestesiada e distante, conhecendo a partir do epílogo um novo abismo, que você nunca sabe pra onde vai te levar.

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