quinta-feira, 24 de junho de 2010

Promete?

-Você só deve me prometer uma coisa.
-Pode falar.
-Tem que prometer que não vai se apaixonar por mim.
-Acho que consigo.
-Não é o suficiente.
-Pra que vou prometer uma coisa que é óbvia?
-Porque eu estou pedindo, preciso dessa certeza. Não quero mais carregar a bagagem de encantadora. Chegou a minha vez.
-Não se ache tanto, ô moça bonita. Quantos corações você já partiu?
-Não faz diferença o número. A carga do sofrimento e dos olhos cheios já me deixou torta nos pés. Quero ser leve, ser o que quiser, como quiser. A preocupação do amor exagerou, e em sua hora veio ao final.
-E por essa promessa, devo entender que vais viver livre, solitária.
-Não, coleciono alguéns. Pessoas que me encantam sem saber. Paixões literárias e breves, que me rendem um dia de sorriso.
-E nenhum dia de realidade.
-A realidade não é feita só de vida, nem só de coração.
-Mas o amor torna isso mais bonito.
-O amor é bonito por ser o amor. Eu o quero por perto.
-Então por que me pede essa promessa?
-Não perto demais.

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