segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Extremo de Lucidez

Não, você não sabe. É que eu me escondo de vez em quando, saio por aí sem destino certo, ando só pra fazer o tempo passar e penso com medo de enlouquecer. Muito aconteceu dentro do período curto que se prolongou. Dias intermináveis culminavam em pesadelos que eram reais demais para se esperar a brisa do sol e abrir os olhos, respirando fundo e sentindo o alívio de tudo ter chegado ao fim. Mas o tempo não rouba de você só os momentos de felicidade com sua maneira expressa de fugir do ponteiro. Por mais demorado que pareça, ele leva com ele também as tempestades e tormentas que te destroem aos poucos. E assim, ele levou. Aquela nuvem carregada que me surpreendeu por tantas semanas, aquele medo que trouxe insegurança e me tirou de mim, aquela ventania fria que me deixou arrepiada e sem saber pra onde ir. Agora, a música me traz leveza, e nada mais parece impossível. A montanha ficou baixa, os degraus diminuíram e o peso desapareceu. Fácil não é. Nunca será. Mas agora, o teu tamanho não me assusta mais. O sol vai acordar de manhã e com ele eu vou levantar e começar de novo. Fazendo tudo diferente de novo. Sentindo isso que me equilibra, que não tem nome, mas que me faz bem. É preciso chegar ao centro, sem partir-se em mil fragmentos pelo caminho. Completo, total. Sem deixar pedaço algum para trás. Porque
desistir não é nobre. E arduamente, não desistimos. É só saber voar.

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