segunda-feira, 10 de junho de 2013

dez de junho de dois mil e treze

Sabe Léo, tô ouvindo uma música tão calma agora. Pensei em te escrever pra aproveitar a calmaria. Tô tentando me acalmar, na verdade. Ficar mais tranquila. Usar essa energia que ficou na moda de repente, pra buscar uma evolução. De quê, eu ainda não sei bem. Eu mesma, talvez. Tô precisando muito, sabe. Dessa melhora, dessa energia, da calmaria que lhe falei. É tudo tão confuso, Léo, que ás vezes me vejo perdida no ponto de ônibus sem saber pr'onde volto. As pessoas todas andam tão rápido pelas ruas, ás vezes até se esquecem de olhar o farol, e vão se atropelando pela faixa, ou até mesmo fora dela. Isso não te assusta? E ainda assim, penso que elas são mais achadas do que eu, já que mesmo com tanta pressa e sem muita consciência do que fazem, sabem exatamente pr'onde se vão.
Eu tenho uma teoria, Léo. Acho que já falei dela pra você. Sempre te disse tudo, e uma coisa dessas acho difícil ter escapolido da gente. Acho que toda pessoa nasce com um dom. Pode ser coisa boba ou coisa monstra. E ás vezes, as pessoas demoram pra encontrar, até pra saber, que elas tem esse dom. Acho também que criei essa teoria só pra continuar acreditando que, em algum dia, eu ainda hei de achar esse dom. Porque só ser maluca não pode ser tudo. Deve ter algo mais. Você não acha?
Sabe Léo, eu queria que você tivesse aqui agora. Aí eu não ia precisar escrever essa carta toda e ia poder pegar sua mão e sentir teu cheiro, bem pertinho. Perto é tão melhor.
A distância tem sua beleza. Seja lá o aprendizado ou a paciência que ela traz, acho ela bonita. E tô precisando disso, do aprendizado e da paciência. Além da calmaria, da qual já te contei. Você é calmo, Léo? Que é eu sei, você é libriano e te conheço talvez melhor do que a mim mesma, mas quero dizer, você se acha calmo? Porque tantas foram as vezes que me achei algo e que fui contradita por outr'em. As vezes parece que podemos ser tantas pessoas em uma só. Tenho tentado evitar isso, também. Essas tantas personalidades que vivem em mim. É tanta informação, tanto sentimento, não sei como que um coração dá conta de tudo isso. Se você tivesse aqui ia dizer "Mas ele dá, Laura. Dá conta sim.". Acho que é por isso que sinto tanto essa distância. Porque mesmo que meu dom seja a loucura, você nunca fugiu dela. E isso sempre me fez gostar muito de você.
Sabe, Léo

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