sexta-feira, 27 de julho de 2012

Reti-sente

Quando olho pela janela atravessada, cheia de persianas invertidas no meio do caminho, que me separam da imensidão do céu, recheado de flocos cinzentos, que me despejam uma melancolia imensurada, um raio de sol cínico cega minha visão, que fica nublada e cheia de manchas, me fazendo perder a noção do tempo, me fazendo querer ficar ali, entorpecida pela luz forte que naquela persiana invertida, me protege do caos daquela mesma imensidão, me anestesia de uma forma não calculada e traz pra dentro um calor bom, um calor que queima a retina, e a fumaça queimada se confunde com o cigarro, e o cheiro de framboesa sobe com aquele cheiro de roupa limpa, se mistura e me deixa mais tonta, mais perdida e mais acelerada, sabendo que a única coisa que dá pra saber é não saber se tem ou se terá, em alguma janela por aí, aquele ponto final que

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